Por Tribuna10
Redação em 30/01/2025 às 17h00
A pesquisa foi feita em duas partes, sendo testada com sucesso tanto em macacos rhesus ainda vivos como em corações humanos de pessoas falecidas. Em ambos, o uso de implantes adesivos de células-tronco foi capaz de regenerar os músculos do coração e melhorar sua capacidade de bombeamento sanguíneo.
A investigação foi feita por médicos da Universidade de Göttingen, na Alemanha. Os resultados promissores permitiram o início dos ensaios clínicos em humanos, que atualmente estão em andamento em 15 pacientes.
“Pela primeira vez, observamos o desenvolvimento de novo músculo cardíaco em um coração humano com insuficiência cardíaca. O tratamento bem-sucedido mostra que estamos no caminho certo”, afirma o cardiologista Ingo Kutschka, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, em comunicado publicado pela universidade.
A tecnologia, chamada de músculo cardíaco projetado (EHM), consiste em um adesivo de células-tronco cultivadas em laboratório e alimentadas com hidrogel de colágeno. Elas são colocadas diretamente sobre o tecido cardíaco afetado, estimulando sua reparação.
Em macacos rhesus, o implante de até 200 milhões de células resultou na formação de novo tecido muscular cardíaco, sem efeitos colaterais graves. Em humanos, são usadas 800 milhões de células comprimidas em um espaço semelhante ao de um curativo adesivo.
“Mostramos que a implantação do remendo cardíaco pode remuscularizar o coração em falência. O desafio era gerar e implantar células suficientes para alcançar um reparo sustentável e parece que conquistamos esse objetivo”, explica o farmacologista Wolfram-Hubertus Zimmermann, líder do estudo.
A equipe acredita que o adesivo de células-tronco tem potencial para substituir o suporte mecânico de marcapassos ou bombas cardíacas no futuro, oferecendo uma solução permanente e com menos efeitos colaterais.
A insuficiência cardíaca é um problema de saúde grave, caracterizado pela dificuldade do órgão de fazer o bombeamento para manter a circulação sanguínea. Ela atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e, nos casos mais graves, os pacientes precisam passar por um transplante de coração. Do Metrópoles.