Por Tribuna10
Redação 10/11/22 às 17h24
A realidade se impôs sobre os estelionatos eleitoreiros de Jair Bolsonaro e seu ministro desaparecido Paulo Guedes. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,59% em outubro, fazendo a “deflação” pontual e artificial ocorrida de julho a setembro se esvair entre o primeiro e o segundo turno das eleições. O indicador acumula alta de 4,70% no ano e de 6,47% nos últimos 12 meses.
Conforme os dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva em outubro. Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, oito subiram.
A carestia de comidas e bebidas, que havia recuado em setembro, voltou a puxar a inflação oficial. No ano, o grupo acumula alta de 10,32%, mais que o dobro da variação do IPCA. Alimentação em casa vai a 11,78% e fora do domicílio, a 6,52%. Em 12 meses, a alta é de 11,21% – em casa chega a 12,70%, enquanto fora do domicílio vai a 7,30%.
A maior contribuição do mês, 0,16 ponto percentual (pp), veio justamente de Alimentação e bebidas (0,72%). Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Transportes (0,58%), com impactos de 0,15 pp e 0,12 pp, respectivamente. Os três grupos responderam por 73% do IPCA de outubro.
“Há um claro contraste, porque Alimentação e Transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”, comenta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. As informações são do site do PT.
No entanto, a maior alta do mês foi do grupo Vestuário (1,22%). “Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento”, aponta Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA. O único grupo a apresentar queda em outubro foi Comunicação (-0,48%), que contribuiu com -0,03 pp.
Comer em casa ficou mais caro que na rua em outubro
A alta do grupo Alimentação e bebidas foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%). Os destaques foram batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%), que contribuíram conjuntamente com 0,07 pp no índice do mês. Houve aumentos, ainda, na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%). No lado das quedas, destacam-se o leite longa vida (-6,32%), que mesmo assim acumula alta de 41,21% no ano.