Por Alex Gonçalves
Do Tribuna10, 27/03/2022 às 07h53
Bebida alcóolica mais consumida pelos brasileiros, a cerveja teve em 2021 a maior alta de preços no país em sete anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A cerveja consumida em casa ficou em média 8,7% mais cara no ano passado, enquanto em bares e restaurantes subiu 4,8%.
As duas variações foram as maiores registradas nestes produtos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde 2015.
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As perspectivas para 2022 são pouco animadoras, porque a guerra entre Rússia e Ucrânia pressiona os preços globais da cevada e do malte, ingredientes da cerveja.
Os dois países respondem por 28% das exportações globais da cevada, e a Rússia é o terceiro maior fornecedor de malte ao Brasil. As informações são do Correio Brasiliense
Assim como em fertilizantes, o Brasil é fortemente dependente de importações no setor cervejeiro.
Veio no exterior 78% da cevada e 65% do malte consumidos no país em 2021, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).
O lúpulo, terceiro ingrediente central da cerveja, é praticamente 100% importado atualmente.
Embora Uruguai e Argentina sejam os principais fornecedores de matéria-prima para cerveja para o Brasil, assim como com o trigo, a alta global de preços causada pela redução da oferta mundial de cereais em meio à guerra tende a afetar todos os compradores.
Um ponto positivo foi a valorização recente do real em relação ao dólar, porque isso ajuda a contrabalançar a pressão no preço das commodities.
lém disso, a Ambev, líder de mercado com 61,6% de participação no Brasil, diz contar com uma proteção de, em média, 12 meses contra variação cambial ou de preços das principais commodities que afetam seu custo de produção.
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Mas analistas avaliam que empresas menores podem ter maior dificuldade com eventual alta de custos, tendo que repassar aumentos para o consumidor ou ter menos lucro.
A alta de preços já é bastante perceptível nas prateleiras e aplicativos de entrega, e os consumidores adotam estratégias para não ficar sem a bebida.
Segundo uma pesquisa da Kantar, os brasileiros têm trocado marcas consideradas de alto padrão, como Heineken, Stella Artois e Eisenbahn, por outras mais populares - e baratas -, com Skol, Brahma, Schin e Itaipava, na contramão do que vinha acontecendo em anos recentes.