Por Tribuna10
Redação em 17/04/2025 às 08h39
Em uma descoberta marcante, cientistas obtiveram o que consideram serem os mais fortes sinais de possível existência de vida além do sistema solar, detectando na atmosfera de um planeta alienígena as impressões digitais químicas de gases que na Terra são produzidos apenas por processos biológicos.
Os dois gases — sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila — envolvidos nas observações do planeta denominado K2-18 b pelo Telescópio Espacial James Webb são gerados na Terra por organismos vivos, principalmente vida microbiana, como o fitoplâncton marinho.
Isso sugere que o planeta pode estar repleto de vida microbiana, disseram os pesquisadores. Eles enfatizam, no entanto, que não estão anunciando a descoberta de organismos vivos, mas sim de uma possível bioassinatura — um indicador de um processo biológico — e que os resultados devem ser vistos com cautela, sendo necessárias mais observações.
Eles expressaram entusiasmo, no entanto. Esses são os primeiros indícios de um mundo alienígena que pode ser habitado, disse o astrofísico Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.
K2-18 b é 8,6 vezes mais maciço que a Terra e tem um diâmetro cerca de 2,6 vezes maior que o do planeta.
Ele orbita na “zona habitável” — distância em que a água líquida, um ingrediente fundamental para a vida, pode existir em uma superfície planetária — em torno de uma estrela anã vermelha menor e menos luminosa que o Sol, localizada a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão.
Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros. Outro planeta também foi identificado orbitando essa estrela.
Redação com CNN Brasil