Por Tribuna10
Redação em 27/11/2024 às 07h08
A informação está no relatório final do inquérito que apura o caso e que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, existia uma articulação de militares que estavam preparados para retirar Bolsonaro do país caso o golpe fracassasse. As diligências mostram que o ex-presidente tinha como plano enfrentar o Judiciário. O ápice desse embate ocorreu em 7 de setembro de 2021, nas manifestações em Brasília e São Paulo, quando o então chefe do Executivo questionou a lisura do sistema eleitoral e atacou o Supremo.
“Os elementos de prova colhidos demonstram que os investigados planejaram o cenário de enfrentamento de Jair Bolsonaro com o Poder Judiciário, que levaria a uma ruptura institucional. Conforme exposto, tal fato ocorreu de forma mais incisiva no dia 07 de setembro de 2021, quando o então presidente ameaçou o STF e seus ministros, evidenciando a prática de atos contra o regime democrático, restringindo a atuação da Suprema Corte brasileira”, diz um trecho do documento.
Militares seriam posicionados em locais estratégicos, incluindo estruturas críticas, para impedir que o poder público cumprisse eventuais ordens dadas pelo Supremo. Havia inclusive, de acordo com a PF, a alocação de armas dentro do Palácio do Planalto, que poderiam ser usadas para proteger o então presidente.
Conforme a PF, apesar de não ter sido colocado em prática em 2021, o plano de fuga foi adotado em 2022, após Bolsonaro perder as eleições e não conseguir apoio das Forças Armadas para atacar a democracia. Ele viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro daquele ano.
“Apesar de não empregado no ano de 2021, o plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado. (…) Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023”, completa a corporação.