Por Tribuna10
Redação em 20/11/2024 às 14h49
Continua repercutindo em grandes veículso da imprensa nacional o caso de uma mulher trans de 24 anos a qual denunciou ter sido agredida por seguranças em uma choperia na cidade de Cajazeiras, Sertão da Paraíba, na noite do último sábado (16). O caso, que foi registrado em vídeo e ganhou repercussão nas redes sociais, está sendo acompanhado pela Gerência Municipal dos Direitos LGBTs de Cajazeiras.
Segundo o relato da vítima, Davylla Lins, a confusão começou quando ela tentou intervir em uma discussão entre dois homens, incluindo um conhecido, próximo ao banheiro do estabelecimento. De acordo com ela, o que parecia uma tentativa de acalmar os ânimos resultou em agressões violentas por parte dos seguranças do local.
“Passei na mesa de um colega meu, onde estava acontecendo a discussão. Tentei falar com ele, e, do nada, começaram a me agredir. Enforcaram, jogaram no chão, como se eu fosse um animal raivoso. Isso não se faz com um ser humano”, disse Davylla.
As agressões, registradas por frequentadores da choperia, mostram dois seguranças imobilizando a jovem de forma violenta. Após o incidente, Davylla foi socorrida e encaminhada ao Hospital Regional de Cajazeiras, onde passou por exames médicos. Um boletim de ocorrência foi registrado, e a jovem realizou um exame de corpo de delito.
Posicionamento do estabelecimento
Em nota, a choperia afirmou que o segurança tentou acalmar Davylla após uma confusão entre ela e outro cliente. O estabelecimento alegou que, durante o incidente, a vítima teria mordido um dos seguranças, causando uma fratura no punho dele.
Repercussão e nota de repúdio
A Gerência Municipal dos Direitos LGBT de Cajazeiras emitiu uma nota repudiando o episódio.
“É inaceitável que indivíduos sejam alvos de exclusão, agressões físicas ou verbais, ou qualquer tipo de hostilidade, apenas por expressarem sua orientação sexual, identidade ou expressão de gênero”, diz o texto.
Este não é o primeiro caso envolvendo o estabelecimento. Em 2021, duas influenciadoras trans relataram terem sido impedidas de usar o banheiro feminino no mesmo local, o que também gerou protestos na época.