Por Tribuna10
Redação 21/11/23 -01:01
Os gases estomacais e intestinais são formados pela fermentação dos alimentos durante o processo digestivo. Causam desconforto e, quando em excesso, produzem eructações (arrotos) e flatulência, além de cólicas, distensão abdominal (estufamento), e “ruídos” no intestino, possíveis de serem ouvidos, além de outros desconfortos.
Os gases intestinais são resultados da ingestão de carboidratos complexos, da fermentação bacteriana ou intolerância a lactose e ao glúten.
Os gases da parte superior do aparelho digestivo podem ser secundários ou indicar outros problemas, como refluxo e gastroparesia (estômago lento).
Fatores que podem piorar ou contribuir para a formação de gases
• Constipação intestinal (mais de três dias sem conseguir evacuar as fezes)
• Obstrução do aparelho digestivo
• Falar muito durante as refeições (aerofagia)
• Síndrome do intestino irritável
• Dispepsia funcional (sintomas repetidos e persistentes de indigestão)
• Super crescimento bacteriano, alterando a flora intestinal normal
• Estresse mental diário
• Atividade física excessiva (tipo atletas)
• Alimentação pobre em fibras
• Alimentação rica em açúcares, gorduras e conservantes
• Ingestão de carboidratos complexos e muito fermentáveis
• Ingestão de alimentos muito fermentáveis, como repolho, feijão, brócolis, cebola e alho
Quando é preocupante
Uma distensão gasosa súbita pode ser sinal de uma obstrução intestinal, que precisa de atendimento de emergência para afastar a possibilidade de uma hérnia inguinal estrangulada, tumores do intestino grosso ou torções intestinais.
Nenhum alimento deve ser excluído da dieta sem a orientação de profissionais preparados, como gastro e nutricionista, mas algumas mudanças são importantes para evitar a produção em excesso de gases. Por exemplo:
• Aumentar o consumo de frutas e verduras
• Evitar alimentos altamente industrializados
• Evitar alimentos que possuem mais enxofre, como repolho, brócolis e couve-flor
• Reduzir os fatores de flatulência presentes em alimentos como, por exemplo, as leguminosas. Para isso, deixe esses alimentos em remolho (“de molho”) de um dia para o outro, trocando a água até 4x antes do cozimento.
Se os gases não diminuem
Se os gases continuam se repetindo com frequência ou não diminuem, mesmo com alimentação adequada e mudança de hábitos, pode ser sinal de intolerância alimentar ou doenças orgânicas que precisam ser investigadas. Por isso, um gastroenterologista deve ser consultado para uma correta avaliação e diagnóstico.
É também essencial o acompanhamento com um nutricionista para uma correta dieta alimentar e, assim, evitar a disbiose, que é o aumento de bactérias intestinais “ruins” que promovem maior fermentação no intestino. Quando a disbiose acontece, a permeabilidade intestinal é alterada e alimentos que normalmente não causariam desconforto, ou que não causavam antes, como leite e glúten, podem passar a causar.
Fontes consultadas: gastroenterologista Luiz Eduardo Goes; e nutricionista Caroline Lima