Por Zacarias Rolim
Publicado em 17/11/23 às 09:20
DO TRIBUNA10, EM BRASÍLIA- Analisando as proposições de parlamentares paraibanos, especificamente dos deputados federais, observei que é muito insignificante a quantidade e a qualidade das matérias legislativas apresentadas por eles ao longo de seus mandatos.
Na sua grande maioria são proposições sem nenhum alcance social que traga benefícios à sociedade como um todo ou a população paraibana. Projetos que não tem repercussão no Congresso e que, naturalmente, acaba dividindo a Casa em 2 categorias: alto clero e baixo clero. Acredito que os deputados da Paraíba estão classificados na segunda opção.
O Brasil é um país de contrastes. Basta observar o desequilíbrio social e econômico nas regiões brasileiras. São muitos os problemas enfrentados como saúde, educação, transporte, saneamento básico, segurança pública, geração de empregos, corrupção e tantos outros. Tais problemas podem se agravar em determinados estados.
Segundo pesquisa do IPEC de 2022, 61% dos paraibanos entrevistados, a saúde é a área em que a população paraibana enfrenta mais dificuldade. Em segundo lugar, com 40%, a falta de emprego e, em terceiro com 39%, a educação. São áreas que de longa data afetam a população e impede o desenvolvimento econômico e sustentável do estado.
Pois bem. Como se não bastasse, existem aqueles parlamentares que prestam um verdadeiro desserviço à população. Como é o caso do deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), que apresentou uma indicação ao Ministério da Saúde (MS), pedindo que a ministra Nísia Trindade exclua do Plano Nacional de Imunizações (PNI) a obrigatoriedade (eu disse obrigatoriedade) da vacina contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos do calendário nacional de vacinação em 2024.
Mal-informado ou sustentado por argumentos que não tem respaldo na ciência, o deputado em questão não deve ter lido a Portaria nº 181 de dezembro de 2022, emitida pelo MS, onde diz que: “O MS recomenda a vacinação conta Covid-19 para todas as crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) com o imunizante Pfizer-BioNTech. A recomendação passou pela avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec)”. Inclusive crianças com comorbidade terão prioridade.
Bom, para quem tiver a curiosidade de ler a indicação do deputado Cabo Gilberto, basta acessar o site da Câmara dos Deputados, digitar o seu nome, ir em propostas legislativas e procurar a proposição (INC 1494 de 2023).
Não é uma caça às bruxas, mas um alerta para o que eu comecei a falar no início do texto. Precisamos de proposições que realmente diminuam o sofrimento da população, por exemplo, o tempo de espera para serem atendidos em hospitais, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básica de Saúde (UBS).
É preciso dar a população mais educação, emprego, segurança, saúde, cultura, laser, proporcionando melhor qualidade de vida, de desenvolvimento social, de dignidade e respeito acima de tudo. E não excluir das políticas públicas avanços necessários para o bem-estar da população.
A gente precisa estar atento. Até a próxima!