Política OUTRA VEZ
Durante cerimônia, Bolsonaro defende outra vez golpe militar
O mandatário disse ainda, de forma errônea, que a tomada do poder pelos militares aconteceu “à luz da Constituição de 1946”.
01/04/2022 06h03 Atualizada há 3 anos
Por: Redação
Bolsonaro em discurso defende golpe militar

Alex Gonçalves
Do Tribuna10, Redação
1º/04/2022 06h09/Atualizada em 1º/04/2022 06h10

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou seu discurso na cerimônia de despedida de ministros-candidatos para exaltar o regime militar. O golpe que instaurou uma ditadura militar no país por 21 anos completou 58 anos nesta quinta-feira (31/3).

O chefe do Executivo federal elogiou os militares Ernesto Geisel, Humberto Castelo Branco e Emílio Garrastazu Médici, que presidiram o país durante o período, e projetos empreendidos pelas gestões.
“O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Não seria nada. Seríamos uma republiqueta. O que seria da agricultura sem Geisel?”, iniciou ele. As informações são do site Metrópole.

“O que seria do coração da Amazônia sem Castelo Branco? Ele assinou um decreto criando a Zona Franca de Manaus. Certamente já teríamos perdido a Amazônia. A resiliência do povo brasileiro, o trabalho daqueles naqueles anos de governo foi difícil também. É uma luta da verdade contra a mentira, da história contra a estória, do bem contra o mal. E o Brasil resistiu, obras fantásticas, desbravamento do Centro-Oeste. O que seria do nosso mar territorial sem Emílio Garrastazu Médici? O que seria da nossa Força Aérea sem a criação da Embraer? Brasileiros fantásticos”, prosseguiu.

Bolsonaro também afirmou que há semelhanças entre sua gestão e as dos governos militares na formação dos ministérios.
“A composição dos ministérios era muito parecida com o meu, não tinha uma negociação política exacerbada. Ia-se no limite”, prosseguiu ele.

O mandatário disse ainda, de forma errônea, que a tomada do poder pelos militares aconteceu “à luz da Constituição de 1946”. Entre o golpe e a subida ao poder de Castelo Branco, em 15 de abril de 1964, foi editado o Ato Institucional número I (AI-5), que transformou a Câmara dos Deputados em um colégio eleitoral, o que não estava previsto na Constituição vigente à época.