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Bolsonaro diz que com R$ 17 milhões recebidos "dá pra comer pastel com caldo de cana

No fim de junho, o ex-presidente disse que a "vaquinha" arrecadou o suficiente para pagar multas, sem revelar valor

30/07/2023 às 08h01
Por: Redação
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Bolsonaro, ex-presidente
Bolsonaro, ex-presidente

Por  Tribuna10
Redação em 30/07/23  às 8h8

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, pela primeira vez, que recebeu R$ 17,1 milhões em doações via Pix, como consta em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI de 8 de Janeiro. Até então, assessores e filhos de Bolsonaro vinham apenas reclamando da divulgação dos dados. O ex-presidente avisou que os recursos servirão para pagar suas contas e ainda sobrará para comer "pastel com caldo de cana" com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

— Obrigado a todos aqueles que colaboraram comigo no Pix há poucas semanas. Dá para pagar todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro aqui para a gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a dona Michelle — disse o ex-presidente durante um encontro do PL Mulher em Santa Catarina neste sábado (29).

Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. O valor representa oito vezes o que o ex-presidente declarou em bens ao TSE. O montante ainda corresponde quase à totalidade do que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532.

O relatório do Coaf mostrou que 18 pessoas — advogados, empresários, militares, agricultores, pecuaristas e estudantes — pagaram entre R$ 5 mil e R$ 20 mil ao ex-presidente. Além delas, há três empresas. Uma delas fez 62 transferências que totalizam R$ 9,6 mil.

Mesmo com os milhões recebidos via Pix, o ex-presidente não pagou suas multas com o Estado de São Paulo. O registro de débitos inscritos na dívida ativa paulista aponta que o ex-chefe do Executivo brasileiro tem sete multas na Secretaria de Saúde do Estado, que somam uma dívida de mais de R$ 1 milhão.

Em junho, deputados e influenciadores bolsonaristas chegaram a fazer uma campanha pedindo doações por Pix ao ex-presidente, alegando que ele seria vítima de "assédio judicial" e que precisa de ajuda para pagar o que chamaram de "diversas multas em processos absurdos". A assessoria de Bolsonaro confirmou o número do Pix e ele não desautorizou os depósitos. No fim de junho, o ex-presidente disse que a "vaquinha" arrecadou o suficiente para pagar multas, sem revelar valor.

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