Brasil FRIO INTENSO
Já passam de 2,7 mil cabeças de gado mortas pelo frio no Mato Grosso do Sul
Conforme a nota técnica, 92 produtores rurais de 18 diferentes cidades de Mato Grosso do Sul relataram mortes de bois e vacas por causa do frio
21/06/2023 15h08
Por: Redação
92 produtores rurais de 18 diferentes cidades de Mato Grosso do Sul relataram mortes de bois e vacas por causa do frio

Por Tribuna10
Redação 21/06/23  às 15:01 Atualizada há 11 minutos

Mais de 2,7 mil cabeças de gado morreram de frio em Mato Grosso do Sul, de acordo com levantamento da Agência Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Iagro) divulgado nesta terça-feira (20).

O número total de animais mortos por hipotermia em Mato Grosso do Sul é de 2.725. Segundo o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, o prejuízo aos produtores rurais do estado é estimado em R$ 10 milhões.

Conforme a nota técnica, 92 produtores rurais de 18 diferentes cidades de Mato Grosso do Sul relataram mortes de bois e vacas por causa do frio. A maior concentração de animais mortos foi em Nova Andradina, com a perda de 601 cabeças de gado.

Veja as cidades e as quantidades de cabeças de gado mortas abaixo:
•    Nova Andradina: 601;
•    Batayporã: 396;
•    Aquidauana: 386;
•    Rio Verde de MT: 368;
•    Anaurilândia: 247;
•    Nioaque: 99;
•    Ribas do Rio Pardo: 159;
•    Miranda: 155;
•    Santa Rita do Pardo: 185;
•    Corumbá: 63;
•    Taquarussú: 23;
•    Jatei: 10;
•    Ivinhema: 9;
•    Nova Alvorada do Sul: 8;
•    Angélica: 7;
•    Glória de Dourados: 4;
•    Bataguassu: 3;
•    Itaquirai: 2.

Daniel Ingold, explica que o gado é mais adaptável ao clima quente e a queda brusca de temperatura deixa os animais mais expostos. Ingold afirma que o número de animais mortos em Mato Grosso do Sul pode ser maior.

"O que aconteceu agora é uma inversão. Os animais que estão com o corpo quente estiveram expostos a uma temperatura muito baixa. Com umidade elevada, vento e frio, fica mais difícil dos animais resistirem", explica Ingold.
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Daniel Ingold comenta que a maior parte das mortes ocorreu em locais com escassez de pasto e ausência de abrigos naturais ou até mesmo artificiais. O agravamento da hipotermia no gado também pode estar relacionado a baixo estado nutricional dos animais e pouca disponibilidade de pastos, como detalha Ingold.

"A hipotermia no gado segue a mesma explicação da hipotermia nos humanos. Os animais ficam expostos a baixas temperaturas e acabam morrendo", complementa o especialista.

O especialista faz o alerta: "de jeito nenhum os animais mortos devem ser comercializados. O animal tem que ser cremado ou enterrado".

A partir de recomendação técnica da Agência Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Iagro), as mais cabeças de gado mortas de frio devem ser cremadas ou enterradas em valas fundas em Mato Grosso do Sul. A comercialização dos animais é vedada, como alerta especialistas.

Para que o descarte dos animais mortos não cause danos ambientais, o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, explica que o gado morto deve ser descartado de duas formas. Em algumas propriedades, os bois e vacas já estão sendo enterrados.

"Neste momento o descarte dos animais deve ser pensando de forma importante. Em apenas uma fazenda morreram 380 animais. Neste locais, com maior concentração de mortes, deve ser enviada uma pá carregadeira para abrir uma vala e enterrar os animais. Se o descarte for errado pode gerar impactos ambiental e sanitário. É importante termos uma conduta técnica para o descarte dos animais", frisou o especialista.

O especialista comenta que não é possível precisar o tanto de toneladas de animais mortos, já que morreram desde bezerros de 110 kg a gados adultos de mais de 400 kg.

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