Brasil ALVO DA PF
Aliado de Lira exonerado do MEC morou em João Pessoa em endereço ligado à empresa suspeita
Moreira foi exonerado após ser alvo de uma operação da Polícia Federal
06/06/2023 10h18
Por: Redação
Alexsander Moreira, ex-diretor do Ministério da Educação (MEC) exonerado nesta segunda-feira (5)

Por tribuna10
Redação 06/06/23  às 10:14

Alexsander Moreira, ex-diretor do Ministério da Educação (MEC) exonerado nesta segunda-feira (5), já trabalhou e morou em um endereço em João Pessoa (PB) que está registrado como residência de uma funcionária de uma das empresas suspeitas de desviarem recursos públicos da Educação.

Moreira foi exonerado após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), na Operação Hefesto, por suspeita de integrar um esquema de fraudes em contratos para a aquisição de kits robótica para escolas em Alagoas.

Moreira era diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do MEC, onde avaliava o cumprimento de metas do PNE (Plano Nacional de Educação) e era responsável por recomendar o repasse de verbas. Ele ainda é apontado como um dos aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Após a deflagração da PF, ele foi afastado do cargo. As informações são do parlamento PB.

De acordo com informações do jornal O Globo, documentos das investigações apontaram que o ex-funcionário da pasta movimentou em sua conta cerca de R$ 737.185 durante um ano, sendo parte desses recursos depositada em espécie.

Esse valor, no entanto, foi apontado como incompatível com a renda de Moreira, que, à época da apuração, recebia um salário mensal de R$ 10.400. As movimentações bancárias foram realizadas entre 2021 e 2022.

Os investigadores da PF também descobriram laços do ex-diretor do MEC com outros suspeitos. Ele trabalhou para uma empresa fornecedora de peças de kit de robótica entre 2014 e 2016, ano em que deixou o mercado privado para ingressar na pasta.

Segundo a corporação, após o acesso aos cofres públicos, Moreira passou a ter uma “importante atuação na área de robótica dentro do Ministério da Educação, notadamente na elaboração e sugestão de políticas voltadas ao tema”.

Outra informação que chamou a atenção da PF foi o fato de Moreira já ter trabalhado e morado na capital paraibana no endereço registrado como residência de uma funcionária de uma das empresas suspeitas de desviarem recursos públicos da Educação.

Na última semana, a Justiça Federal autorizou a PF a cumprir um mandado de busca e apreensão em um hotel na região central de Brasília, onde Moreira costumava se hospedar.

A medida, entretanto, fazia parte de uma operação da PF deflagrada para investigar um suposto esquema que teria gerado prejuízos estimados em R$ 8 milhões com recursos desviados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).