Por tribuna10 @tribuna10_oficial
Redação 23/01/2023 às 12h45
Notas fiscais do cartão corporativo de Jair Bolsonaro mostram as despesas do cardápio na residência oficial e apontam uma gastança com cortes nobres de carne, frutas e verduras de um famoso mercado gourmet, além de camarão e bacalhau.
Os itens são completamente diferentes dos consumidos por Bolsonaro quando se deixava filmar e fotografar comendo churrasquinho com farofa, cachorro quente e pastel. O cartão pagava até mesmo medicamentos para depressão, ansiedade, problemas de pele e infecção de garganta.
No dia 7 de junho de 2019, por exemplo, foram comprados 6,3kg de picanha maturatta, 15kg de filé mignon sem cordão e ainda peças de costela defumada, batata palha, potes de palmito e azeitona, de acordo com levantamento do Estadão.
Já em abril de 2019 a farra veio do mar. Na ocasião, foram adquiridos 4,2kg de camarão rosa, 7,2kg de bacalhau e 10,8kg de filé de robalo. No intervalo de um ano foram ao menos 14 compras de picanha, 47 de mignon e 15 de bacalhau. Essas despesas eram frequentes – às vezes mais do que uma vez na semana.
Disse que não usava cartão corporativo
O cartão corporativo pode ser usado para esse tipo de despesa e os dados mostram que os presidentes consumiam esses alimentos.
Apesar de poder ser usado para este tipo de despesa, o então presidente disse 15 vezes em lives que não utilizava o método de pagamento. Além disso, ao contrário de outros presidentes, ele não tinha o hábito de receber grupos de convidados ao longo dos quatro anos de governo para almoços ou jantares no Palácio da Alvorada, uma prática comum entre seus antecessores.
Ao longo dos quatro anos de mandato foram feitas ao menos 1,2 mil compras no La Palma, um mercado gourmet em Brasília. Equivale a uma ida todo dia útil – descontando finais de semana e feriados.
As notas fiscais também mostram gastos em restaurantes, como 19 idas ao Outback, totalizando R$ 5,7 mil – média de R$ 300 por vez – sendo a última registrada em 17 de dezembro de 2022, às vésperas do fim do mandato.
O Estadão não conseguiu contato com o ex-presidente.